( foto de Paulo Limões )
Sou terra despida
Terra de outrora
De hoje
De agora...
Terra que deu pão
Onde o suor
De povo sofrido
Regou sementes
Acalentou sonhos
Amordaçados nas moitas
De terra lavrada... macia
Que não deixou...
De ser terra!
De chão!
Terra produtiva
Que encheu a barriga...
Quantas vezes vazia!!!
A muitas das gentes
Que na labuta
Comiam um naco seco
Ou côdea de pão
Em jeito de ração
E agora?!
Que sou?!Sou terra!
E aqui estou ...
Ladeada...
Fechada...
E tu aí ..companheira
Minha guardiã
Despida ..nua
Ao frio...
Sentindo o vento...
À espera ...
Que o tempo
Te dê outro alento
Que te seque a cheia
E te faça desabrochar
No esplendor da primavera
24 FEV 2010
21h59
1 comentário:
Não faltará muito para "ela" voltar a vestir-se de folhas, mas irá observar sempre a mesma terra e a porta fechada, essa terra que já produziu muito e já "matou" muita fome. LINDOOOOOOOOOO!!!!! Adorei este maravilhoso e muito profundo poema.
A imagem está fantástica!!!
Beijinhos
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